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"A minha mãe dizia: 'Não sei se vamos ter dinheiro'" - Carlos Moedas lembra origens humildes

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa esteve em 'Alta Definição', este sábado, 21 de junho.

Carlos Moedas
Luis Boza/NurPhoto via Getty Images

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Nasceu há 54 anos em Beja, onde viveu uma infância "de província", com uma "liberdade incrível" com os amigos, mas sempre sonhou "chegar mais longe". A verdade é que atualmente ocupa o lugar de presidente de um dos maiores municípios em população do país, o da Câmara Municipal de Lisboa.

Tal como já havia sido noticiado, Carlos Moedas foi o mais recente convidado de Daniel Oliveira a estar em Alta Definição, este sábado, 21 de junho, e à conversa com o Diretor de Programas da SIC, o político recordou não só a sua saída do Alentejo para Lisboa, como o esforço que os pais fizeram para prosseguir este sonho.

Carlos Moedas começou por confessar que as probabilidades de conseguir o que tanto ambicionava, "eram zero ou muito próximas de zero". Com um pai "jornalista de província" e uma mãe "costureira" - com quem estava "muito mais" tempo - sempre desejou mostrar-lhes que era possível "ter outro horizonte" e "provar-lhes que era possível fazer mais".

"Eu vinha de um mundo em que, por um lado, a minha mãe achava que isso não era possível. E eu tinha uma relação extraordinária com a minha mãe, era uma pessoa tão boa, mas tinha isso na vida dela, quer dizer, a família dela tinha sido sempre uma família muito pobre", disse.

"O horizonte era muito curto e ela achava de certa forma, mas com toda a bondade dela, que nem se quer se deveria ter outro horizonte, que era aquele, aquele onde nós vivíamos. Ela falava muito entre 'nós e os outros' e os outros eram aqueles que eu nunca poderia ser - os merecedores, aqueles que eram, vá lá, a sociedade respeitada - e portanto nós vivíamos ali", continuou, acrescentando que o pai, "um homem inteligentíssimo", também "vivia, de certa forma, com esse condicionalismo".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa recordou o que a progenitora lhe disse quando revelou que queria ir para o ensino superior e de que forma se sentiu."'Oh Carlos, eu não sei se nós vamos conseguir que tu vás para Lisboa' e aquilo para mim era a morte", explicou.

Mas não foi por isso que não atingiu o seu objetivo

Carlos Moedas contou a Daniel Oliveira como a força da progenitora - e o exemplo da sua irmã mais velha - o levou até à capital portuguesa com apenas 18 anos.

"A minha mãe dizia 'não sei se vamos ter dinheiro para isso, mas eu vou fazer tudo' e ela fez tudo. Fez tudo para a minha irmã, que foi a primeira e que veio e vivia na casa dos meus avós, no Barreiro, e que às seis da manhã, uma corajosa incrível, vinha para Lisboa, no barco, voltava, chegava às onze da noite e depois ainda tinha que estudar... e portanto, tudo isso me marcava", referiu.

"No dia em que consegui vir para Lisboa foi o dia mais feliz da minha vida. Aquela passagem no barco do Barreiro, chegar ao Terreiro do Paço, encontrar esta cidade linda, que para aquele miúdo no Alentejo era chegar a Nova Iorque. 'Ah! Lisboa! Cheguei a Lisboa'", disse, acrescentando que "ficou sempre esse amor pela cidade e essa conquista".

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