Vítor Fonseca, mais conhecido como Cifrão, foi convidado da rubrica Cala-te Boca, da Mega Hits, e a conversa com Rui Maria Pêgo, Maria Correia e Conguito acabou por ter como tema principal Angélico Vieira. Passaram-se sete anos sobre a morte do cantor, na sequência de um trágico acidente de viação, mas o amigo não esquece os bons momentos que viveram.
Recorde-se que ambos integravam uma banda juvenil que surgiu na série Morangos Com Açúcar, juntamente com Paulo Vintém e Edmundo Vieira. "Qual foi o preço mais alto que pagaste por ter feito parte dos D'ZRT?", questionou Rui Maria Pêgo. "Quando nós surgimos, o preço mais alto que pagámos foi o preconceito, por sermos uma banda de uma série", começou por dizer o bailarino e coreógrafo. Mas acabou por acrescentar: “Se abordar a questão de uma forma mais intensa, o preço mais alto foi perder um irmão. O facto de ter feito parte uma banda que perdeu uma pessoa importantíssima para muita gente, e para mim, esse foi o preço supremo”.
Perante esta resposta, Rui Maria Pêgo quis saber como se ultrapassa uma situação dessas. “O simples facto der ter podido privar com ele [ajuda]. Foi uma sorte e só quem o conhecia é que sabe a sorte que teve. Ele era uma pessoa muito inteligente, muito trabalhadora, muito especial. Um amigo fora do comum. (…) Sei segredos dele e ele sabia segredos meus que eu nunca vou contar a ninguém (…) Eu acho que nunca se supera uma perda destas. Vais sempre ter saudades. Eu tenho sempre momento em que penso: ‘Era bué da louco agora ligar-lhe. Eu ainda tenho o número dele no meu telefone. Nunca apaguei. (…) Claro que nunca liguei e fiz o número de ‘olha, preciso mesmo falar contigo’. Claro que não. Mas tenho saudades. Há certas coisas que eu falava só com ele e sinto falta. Não dá para superar. Eu nunca perdi nenhum irmão, perdi este irmão de outra mãe. Nunca se supera. Lida-se com isso”.