Jéssica Silva tornou-se numa das mais jovens promessas do futebol feminino. Depois do sucesso da seleção nacional no Mundial da Austrália, em 2023, com vários triunfos da atleta, o nome da jogadora saltou para a ribalta.
Na tarde desta sexta-feira, 8 de março, e assinalando-se o Dia da Mulher, Jéssica esteve à conversa com Júlia Pinheiro, no programa das tardes da SIC.
Na entrevista, foi passado em revista todo o percurso da futebolista, da infância até às vitórias com a seleção portuguesa de futebol feminino. Para além disso, a jogadora acabou por ser questionada sobre uma das situações que agitou o Mundial de 2023: o caso Rubiales.
Luis Rubiales, treinador da seleção espanhola, foi protagonista de uma grande polémica, depois de um beijo sem consentimento a uma atleta da equipa do país, Jenni Hermoso.
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Jéssica Silva recordou o caso e, assumindo-se uma mulher de causas, referiu: “Este caso revelou muita coisa. Custa-me dizer mais ainda bem que aconteceu aos olhos de toda a gente“, começou por dizer.
“Ainda hoje me perturba falar sobre o assunto, porque ainda hoje também, a Jenni, minha colega, continua a ser quase enxovalhada por causa do assunto“, continuou a referir Jéssica Silva.
“É mais um episódio de assédio sexual, que ficou demonstrado, mas que ninguém protege. Ninguém protege a vítima“, denunciou. “É verdade que houve muitas vozes a proteger a Jenni, mas também houve quem criticasse“.
Com Júlia Pinheiro a afirmar que se “liam muitas coisas” à base do momento do beijo, a jogadora ainda acrescentou: “Eu creio que, cá, pelo menos, estamos saudáveis e seguras. Não posso falar de situações em particular. Tivemos um caso com um clube, mas lá está, é sempre um caminho a percorrer“, confessou.
“Aqui em Portugal temos um mal muito grande: as jogadoras, não só no futebol, mas temos muito medo de falar, precisamente por não sermos protegidas. Mas quando existirem mais jogadoras capazes de falar, como aconteceu, se calhar, e espero que não, mas poderão ser descobertos outros casos. Mas penso que seja transversal a qualquer profissão. E continua a haver medo de falar sobre assédio, até porque estamos todos muito limitados“, rematou.